Estudantes de Arquitetura da UNILA unem teoria e prática em maquete do Campus Arandu

Estudantes do quinto semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNILA apresentaram, na última quarta-feira (28), os resultados da atividade da disciplina Crítica e História da Arquitetura e Cidade III, em que precisaram estudar grandes obras e projetos arquitetônicos do mundo. A iniciativa, proposta pela docente Andréia Moassab, buscou estimular os alunos a explorarem exemplos de integração arquitetônica e urbana. Entre as obras estudadas, estavam as de quatro instituições de ensino projetadas por Oscar Niemeyer, sendo elas a Universidade de Brasília (UnB); a Universidade de Constantine, na Argélia; o Centro Técnico da Aeronáutica, em São José dos Campos; e o Campus Arandu, que terá as obras retomadas no início do próximo ano. Segundo Andréia Moassab, o objetivo da disciplina é um estudo aprofundado da arquitetura moderna, período que teve Niemeyer como um dos principais nomes. “Este semestre, por conta da retomada das obras para o Campus Arandu, achei pertinente debatermos arquitetura moderna a partir de projetos para campus universitários neste período”, explicou a docente. A análise arquitetônica do novo campus da UNILA foi feita pelas estudantes Júlia Cardim, Juciele Andrade, Rafaelly Morlin e Sabrina Hawila, que desenvolveram a maquete utilizando os desenhos e croquis originais do projeto disponibilizados pela equipe técnica do UNOPS. O prédio escolhido pelas estudantes foi o da Biblioteca, que compõe o projeto ampliado de Niemeyer para o Campus Arandu – mas que não será construído nesta retomada das obras (uma biblioteca será instalada no prédio do Restaurante Universitário, este sim contemplado na construção). Segundo a estudante Juciele Andrade, a atividade ofereceu a oportunidade de criar um modelo tridimensional que captura a essência do projeto e seu impacto para a Universidade. “A análise que a gente consegue fazer sobre o projeto com a construção material é muito diferente de analisar as plantas. Conseguimos perceber o movimento e a monumentalidade que será atribuída ao campus, além da importância dele dentro do cenário geopolítico da própria Universidade.” Comum nos cursos de arquitetura, as maquetes são essenciais para avaliar a escala, a proporção e a integração do projeto com o ambiente ao redor. No contexto acadêmico, como no projeto desenvolvido pelas alunas da UNILA, a maquete não só permitiu que elas experimentassem a aplicação prática de suas habilidades, mas também proporcionou uma compreensão mais profunda dos desafios e soluções envolvidos no projeto. “Ter um campus projetado por um arquiteto tão relevante e importante para a nossa história como brasileiras, estudantes e futuras arquitetas, reforça a importância do que estamos fazendo, do que estamos estudando, e do que a nossa universidade representa em termos de educação. O novo campus vai ter uma grande influência na vida de milhares de pessoas ao longo dos anos, e olhar para essa perspectiva é bem inspirador”, explicou a estudante Júlia Cadim. Para o gerente de projetos do UNOPS, Rafael Esposel, “a maquete do Campus Arandu mostra a importância de atividades que fortaleçam o vínculo entre os estudantes e o patrimônio arquitetônico da UNILA, e o UNOPS está à disposição para apoiar os projetos acadêmicos da universidade”. Apesar de a construção do edifício da biblioteca não estar prevista nesta primeira fase da retomada das obras do Campus Arandu, uma revisão no projeto do prédio do restaurante universitário possibilitou a execução da biblioteca no segundo pavimento do edifício, contemplando a demanda da Universidade. Além do prédio do restaurante universitário e biblioteca serão entregues o prédio administrativo e a central de salas de aula. A retomada física da obra deve ter início nos primeiros meses de 2025, com previsão de entregas em três fases ao longo dos próximos 3 anos.

UNOPS realiza escuta com especialistas da comunidade acadêmica sobre inclusão e diversidade nas obras do novo campus da UNILA

Na semana passada, entre os dias 4 e 6 de junho, em Foz do Iguaçu, o UNOPS, organismo das Nações Unidas especializado em infraestrutura, realizou um processo de escuta com a comunidade acadêmica sobre a perspectiva de gênero, diversidade e inclusão no projeto de construção do campus Arandu da Universidade Federal da Integração Latino-americana (UNILA). Participaram 23 pessoas de 11 setores da universidade como observatórios, núcleos e grupos de pesquisa de temas relacionados ao tema. A intenção é realizar um levantamento das necessidades e possíveis adaptações no projeto original do novo campus, para garantir maior inclusão da comunidade acadêmica na sua diversidade social, cultural e linguística.  A especialista em gênero, diversidade e inclusão (GDI) e responsável pelas ações de GDI no projeto, Ana Laura Lobato, apresentou aos participantes a perspectiva do UNOPS em relação ao tema e como a organização trabalha para implementar esta perspectiva em seus projetos. Em seguida, as pessoas puderam falar sobre as dificuldades enfrentadas hoje pela comunidade acadêmica e as necessidades em termos de infraestrutura, iluminação, instalações, acesso, entre outras áreas importantes na execução do projeto. A retomada da obra foi estabelecida no final do ano passado, após assinatura de acordo de cooperação com o UNOPS. A finalização do campus será custeada com recursos destinados pela Itaipu Binacional, conforme acordado pela direção da hidrelétrica e o governo federal. O convênio não altera nenhum aspecto da gestão acadêmica, administrativa e financeira da Universidade. Foto: Fernanda Yumi/UNOPS Para o gerente de projetos do UNOPS, Rafael Esposel, este processo de escuta é fundamental, pois não existe infraestrutura que seja totalmente neutra. “A visão global do UNOPS é a de um mundo onde as pessoas possam levar uma vida plena através de uma infraestrutura adequada, sustentável e resiliente. Seguindo esta ideia, e neste projeto em específico, ouvir a comunidade acadêmica nesta etapa de revisão do projeto nos permite avaliar as melhores formas de entregar uma infraestrutura eficiente, acessível e que ajude a melhorar a vida das pessoas”.  Simultaneamente às escutas de GDI, o UNOPS está trabalhando no planejamento da execução da obra e revisão dos projetos executivos de arquitetura e engenharia, garantindo que sejam contempladas as atuais legislações de segurança e de acessibilidade.  A etapa de diagnóstico construtivo foi finalizada no final de maio, que consiste na avaliação do estado de execução e conservação das edificações para garantir que as atualizações a serem feitas nos projetos executivos durante a retomada contemplem todos os aspectos técnicos e de segurança, e as análises do material devem ser entregues até o final de junho.  A obra do novo campus, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, tem previsão de início para 2025, com entregas em três fases ao longo dos próximos 3 anos.

Arandu é lembrar que por debaixo da beleza do concreto armado, existe o barro ancestral!

ARANDU é um termo guarani, e a língua guarani é uma língua aglutinante, e analisando-a encontramos dois conceitos: Ára “tempo, espaço, cosmos” e Andu “sentir e ouvir”, (na língua guarani não separaram o exercício de ouvir e o de sentir). Em resumo, Arandu nos diz: na busca da sabedoria precisamos saber ouvir e sentir o tempo. Esta língua, que desde as “tierras bajas” na Bolívia passando pelo norte da Argentina e pelo Paraguai está presente em vários estados brasileiros, ainda pulsa nas vozes dessa comunidade. Mesmo sendo um dos primeiros povos que teve contato com a invasão europeia, ainda mantém a sua ARANDU.  E é essa sabedoria que a permite ter uma convivência de respeito com todos os seres do meio ambiente (concretos e abstratos). A relação de todos os seres na natureza passa por essa premissa, para conhecer, primeiro devemos entender. E o processo de entender, na sabedoria originária, se dá pelo tempo e pela sensibilidade que colocamos ao ouvir. Foto: UNILA/Divulgação O nome Arandu para o novo campus reflete que a escolha coletiva ouviu e sentiu mais de uma década de existência da UNILA e o aprofundamento da sua relação comunitária e epistêmica com a ancestralidade desta terra guarani, a cidade Foz do Iguaçu. Arandu também expressa a interculturalidade tão característica da Universidade e o plurilinguismo das fronteiras que a cercam.  Arandu dialoga também com o emblemático projeto pensado por Oscar Niemeyer, arquiteto cuja inventividade marcou o séc. XX. Um entusiasta da integração latino-americana, em seu projeto do campus da UNILA, a arquitetura espaçada por passarelas entre os edifícios convida os transeuntes a contemplar as edificações e a relação das mesmas com o ambiente não construído. Da mesma forma, Arandu convida a sentir-ouvir aquilo que não está visível, a buscar pela sabedoria originária para a integração com outros saberes da América Latina e compartilhar as Arandu deste continente. E lembrar ainda que, debaixo da beleza do concreto armado do novo campus, temos o barro desta terra ancestral. Texto: Mário Ramão Vilhalba (docente da UNILA) e Michele Dacas (relações públicas e secretária de comunicação da UNILA) *Artigo publicado em menção ao dia 19 de abril, dia dos povos indígenas.

Nome do novo campus da UNILA será definido através de processo participativo

Até o próximo dia 18 de março, toda a comunidade universitária poderá participar de pesquisa de opinião para escolha do nome do novo campus da UNILA. Uma obra que será concluída nos próximos anos e que leva projeto assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. O projeto do campus, localizado em Foz do Iguaçu, no Paraná, foi o último realizado em vida por Oscar Niemeyer. E a exemplo do Campus Integração, um nome deverá ser atribuído à nova sede, mas desta vez em espanhol, para ressaltar a interculturalidade tão característica da UNILA, e o plurilinguismo do território de fronteira que cerca a obra. A nomeação já neste período de construção do campus, ocorre para difusão de todo processo nas plataformas de divulgação e transparência da obra. Por que não chamar “Campus Niemeyer”?  A obra do novo campus da UNILA, conhecido como “Campus Niemeyer,”  tem como princípio fundamental o reconhecimento e a valorização da autoria do projeto desse grande arquiteto brasileiro, e portanto, o compromisso com a valorização da memória deste legado. Porém, para salvaguardar direitos autorais e patrimoniais, avaliou-se ser melhor evitar o uso da marca Niemeyer para divulgar o andamento da retomada da obra. Assim, a reitoria está buscando, de forma participativa, encontrar um nome para a nova sede da UNILA, coerente com a sua missão institucional e com a importância deste projeto arquitetônico e educacional para toda a América Latina e Caribe. Como participar da votação? Estudantes, docentes e técnicos-administrativos devem acessar o formulário com seu login e senha institucionais e responder à pesquisa votando em uma das 03 opções disponíveis, ou também sugerindo um outro nome para a nova sede da UNILA. Para participar da primeira etapa basta acessar o link, e votar e/o sugerir um nome até o dia 18 de março.  Já para a participação na segunda etapa de votação, será disponibilizado novo questionário, entre os dias 20 e 26 de março, com novas opções que irão incluir o nome com maior porcentagem de votos na etapa anterior, e mais dois nomes indicados pela opinião pública, a serem selecionados pelo Conselho Executivo da Obra. Participe da nomeação da nova sede da UNILA!