UNOPS, responsável pela retomada da obra da UNILA, faz apresentação ao Conselho Universitário

O Conselho Universitário da UNILA recebeu, na última sexta-feira, 5 de abril, o gerente de Projetos do UNOPS Brasil Rafael Esposel para falar sobre o planejamento da retomada das obras do campus da Universidade. Na oportunidade, ele abordou a expertise do UNOPS em infraestrutura e apresentou o cronograma da retomada. A expectativa é que o edital para contratação da empresa ou consórcio responsável pela finalização seja lançado no final deste ano, com início das obras no primeiro trimestre de 2025.

Foto: UNILA/Divulgação

Nas próximas semanas, uma empresa já contratada pelo UNOPS deve ir à campo para coleta de elementos necessários à análise da infraestrutura já construída. “À medida em que entramos com outros aportes e parcerias, como é o caso com o UNOPS, nos deparamos com condições de legalidade, contratação, e outros parâmetros que vão embasar a qualidade e a segurança da obra Niemeyer. Isso tudo está sendo cuidadosamente acompanhado”, apontou a reitora Diana Pereira.

Toda a obra será monitorada por um Conselho Executivo e por um Comitê Técnico Gestor, que conta com integrantes do UNOPS, da UNILA, do Ministério da Educação e da Itaipu Binacional, que destinou os recursos financeiros para a retomada da construção. Além disso, serão criados canais de comunicação exclusivos para acompanhamento da obra, como site e Instagram.

Oportunidade de formação

A reitora também destacou o fato de a retomada poder ser aproveitadas pela comunidade universitária como uma oportunidade de formação. “Falamos disso desde o começo das tratativas. Como temos cursos de engenharia, arquitetura e outros cursos que podem desenvolver atividades transversais e correlatas, muitos estudantes e professores poderão aproveitar o processo de construção desta obra, que é tão emblemática, como parte da sua trajetória formativa. Portanto, vamos fazer um esforço coletivo para que haja uma interação contínua e permanente entre a comunidade universitária e o processo de construção da obra.” O campus da UNILA é o último projeto feito, em vida, pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

O UNOPS – Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos, na sigla em inglês – é um organismo da ONU especializado em infraestrutura, compras sustentáveis e gestão de projetos. Tem atuação no Brasil desde 2012, tendo sido responsável pela construção da Casa da ONU, em Brasília. Atualmente, o Escritório está apoiando o governo de Rondônia na finalização de dois hospitais e a Prefeitura de Porto Alegre na construção de cinco escolas infantis.

Intervenções

Durante as intervenções dos conselheiros, a conselheira Juliana Porto, representante dos servidores técnico-administrativos, questionou: “Bem como disse a reitora, não cabe convênios institucionais passarem por este Conselho, todavia, considerando que este convênio trata de uma avaliação patrimonial, por que este Conselho não deliberou sobre o Campus Niemeyer que nós estamos tratando neste momento?”

Em resposta, a reitora Diana, também presidenta do Conselho Universitário, ponderou que o processo de construção do campus Niemeyer é anterior à formação do Conselho, pois vem ocorrendo desde 2008. “É parte já da nossa idiossincrasia histórica, é parte do início da UNILA que estamos, agora, retomando, mas analisaremos esse aspecto também, e se for o caso, a gente traz para o Conselho”, concluiu.

O conselheiro Gabriel Rodrigues da Cunha, representante docente, perguntou sobre as eventuais limitações advindas do fato de o projeto ser de autoria de Niemeyer. “Em relação ao selo Niemeyer, qual a possibilidade de flexibilizar o projeto e a utilização desta planta que foi previamente pensada? Os espaços na universidade são dinâmicos, às vezes, a gente precisa de mais uma sala, mais um laboratório, como é que fica esta questão, qual é a percepção que a equipe do UNOPS tem?”

Em resposta, Rafael Esposel esclareceu que o UNOPS vem adotando medidas para evitar qualquer tipo de litígio e manter a conceituação original do projeto Niemeyer, de importância histórica e cultural. “Os principais aspectos da arquitetura de Niemeyer não são passíveis de alteração agora, primeiro porque o projeto já está pronto, segundo porque a obra está bastante avançada e terceiro para evitar problemas jurídicos. Entretanto, há alterações possíveis de serem feitas, desde que não descaracterizem os principais aspectos que o identifiquem como obra Niemeyer. Me pareceu, avaliando o projeto, que Niemeyer já pensou nessa flexibilidade, por exemplo, salas de aula poderiam ser convertidas em laboratórios, coisas desse tipo.”

Arandu, um novo nome para o “Campus Niemeyer” 

A apresentação do UNOPS na 87ª Sessão Ordinária do CONSUN ficou marcada, ainda, por mais um importante capítulo do processo de retomada da obra, a escolha de um novo nome para o campus da UNILA. A reitora Diana Araujo Pereira aproveitou a ocasião para anunciar “Arandu”, termo indígena escolhido para nomear o novo campus, e que significa “ouvir o tempo, vivenciar, ter sabedoria” em guarani. A nomeação “Campus Arandu” foi feita a partir de consulta pública realizada com a comunidade acadêmica, em março deste ano, e expressa a interculturalidade tão característica da UNILA, e o plurilinguismo do território de fronteira que cerca a obra. O novo nome será utilizado já nos próximos meses para a identificação das plataformas de difusão de todo processo de divulgação e transparência da obra.

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