Iniciativas de enfrentamento à violência contra a mulher mobilizam equipes no canteiro do Campus Arandu

O canteiro de obras do Campus Arandu, em Foz do Iguaçu, uniu-se à mobilização pelo Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra Meninas e Mulheres, celebrado neste 25 de novembro. As ações foram conduzidas pelo UNOPS, organismo das Nações Unidas especializado em infraestrutura, em parceria com o Consórcio MPD & Ankara UNILA. 

A data marca o início dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, um momento instituído pelas Nações Unidas para sensibilizar e mobilizar a sociedade sobre as diversas formas de violência de gênero e incentivar ações de prevenção e enfrentamento. A presença da campanha em espaços como canteiros de obras é especialmente relevante frente a equipes tradicionalmente masculinas. 

As atividades realizadas no canteiro do Campus Arandu incluíram uma reflexão interativa, como forma de materializar o compromisso de trabalhadores e trabalhadoras pela igualdade de gênero. No refeitório, foi instalado um painel em formato de árvore com a seguinte pergunta: “Como posso contribuir para o enfrentamento à violência contra mulheres e meninas?”.  

Cada pessoa utilizou notas adesivas para preencher os galhos da árvore, compartilhando experiências e frases de apoio. A dinâmica buscou engajar a equipe de forma prática, reforçando que a mudança cultural depende da participação ativa de cada colaborador.

Ação de sensibilização realizada no canteiro de obras do novo campus da UNILA estimulou reflexões sobre o enfrentamento à violência contra as mulheres. Foto: Pauline Madureira/UNOPS

“O enfrentamento à violência contra mulheres e meninas é um compromisso que deve ser de toda a sociedade. Por isso, é tão importante marcar essa data e refletir sobre o papel de cada pessoa na construção de um mundo mais seguro”, ressalta Lívia Alen, Oficial de Igualdade de Gênero, Diversidade e Inclusão Social do UNOPS no Brasil. 

A atividade também proporcionou um espaço de aprendizado prático sobre questões de gênero para toda  a equipe que atua na obra. Nilton Cézar Júnior, líder de obra do consórcio MPD & Ankara UNILA, avaliou que iniciativas como essa facilitam o diálogo e permitem multiplicar a mensagem de respeito no dia a dia. “Como homem, acho que a importância de estar em um canteiro é promover o combate a qualquer tipo de violência. Em um ambiente onde se tem mulheres e homens trabalhando juntos se cria um local com muito mais respeito”, destacou.

Além disso, todas as mulheres que trabalham nas obras do Campus Arandu foram convidadas a participar de uma  roda de conversa conduzida por Maristela Bail, inspetora e coordenadora da Patrulha Maria da Penha em Foz do Iguaçu, acompanhada pela subinspetora Jussara Bettero Duarte e por Fernanda Cristina da Silva, da Guarda Municipal. O grupo detalhou o funcionamento da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) e orientou sobre como acessar a rede de proteção dos direitos das mulheres no município.

Atividade com a Patrulha Maria da Penha fortaleceu o diálogo e a conscientização sobre prevenção à violência contra as mulheres. Foto: Pauline Madureira/UNOPS

A palestra despertou reflexões profundas sobre a identificação de situações de abuso que, muitas vezes, passam despercebidas no cotidiano. Cristiane Moreira da Silva Lisboa, enfermeira do trabalho que participou da atividade, destacou o valor educativo da ação ao permitir que as mulheres reconheçam seus direitos. “Essa iniciativa é extremamente importante porque, com certeza, existem mulheres que passam por situações de violência, mas nem sabem que estão passando por isso”, pontuou. 

Para Bail, levantar essa discussão é essencial para normalizar a diversidade no setor, pois o respeito é o primeiro passo para um ambiente livre de violência. “É fundamental reconhecer que há mulheres trabalhando na obra e entender o que isso significa. As mulheres estão apenas ocupando seus devidos espaços e não tirando o lugar do homem”, reforçou. 

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