Expansão de infraestrutura é fundamental para aprimorar atividades acadêmicas

Para enfrentar as dificuldades relacionadas à falta de espaços adequados para as atividades acadêmicas, a UNILA tem investido fortemente em infraestrutura e aquisição de novos equipamentos. O Campus Arandu, cuja construção deve ser retomada neste semestre, é uma das várias iniciativas de expansão da infraestrutura da universidade. Outros projetos, como a moradia estudantil e espaço para laboratório também fazem parte deste plano de crescimento, aprimorando as condições para estudo, trabalho, pesquisa e intercâmbios acadêmicos e culturais.

Com um investimento de R$ 752 milhões, o Campus Arandu é o projeto de maior envergadura da universidade. O valor significativo dessa obra está diretamente relacionado à grandeza das edificações – que somam 79.278 metros quadrados –, mas o campus também aporta um valor simbólico inestimável, por ser o último projeto de Oscar Niemeyer, arquiteto ícone do modernismo brasileiro, mundialmente conhecido. “Esse campus materializa o encontro da UNILA com a obra de Oscar Niemeyer, uma personalidade emblemática da arquitetura mundial que compartilhava o mesmo sonho da integração latino-americana”, destaca a reitora da UNILA, Diana Araujo Pereira. “Temos a expectativa de finalmente superar um fator que é um dos grandes gargalos da UNILA, desde a sua implantação: a falta de espaço físico próprio para o seu pleno funcionamento”, observa.

Obras do Campus Arandu: construção deve ser retomada neste semestre. Foto: Fernanda Yumi/UNOPS

Considerada uma obra-monumento, de importância artística e histórica, o campus também poderá ser uma fonte de recursos econômicos para a cidade de Foz do Iguaçu. “O Campus Arandu não apenas consolida o espaço necessário para nossos professores, estudantes e servidores técnicos, como também tem potencial para atrair a comunidade acadêmica e outros organismos e instituições internacionais, que certamente poderão impulsionar a economia e o turismo de Foz do Iguaçu e região.”

A retomada das obras do Campus Arandu foi viabilizada por meio de um acordo de cooperação internacional entre a Itaipu e o UNOPS, organismo da ONU especializado em infraestrutura, assinado em dezembro de 2023. O Ministério da Educação (MEC) também participa do acompanhamento do projeto. A Itaipu Binacional é a principal fonte de recursos para a retomada e conclusão do Campus Arandu. A instituição, que tem investido em diversos projetos sociais, faz parte da história da UNILA desde antes da sua criação, quando em 2007 a Comissão de Implantação propôs a criação do Instituto Mercosul de Estudos Avançados (IMEA), em convênio com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Itaipu Binacional. Leia mais sobre a história da formação da UNILA.

Os investimentos da Itaipu Binacional tiveram início em 2008, com a assinatura do Termo de Cooperação Técnica 032/GI-UFPR entre a Itaipu e a Universidade Federal do Paraná, na época tutora da UNILA. O documento define a Itaipu como responsável pela doação do terreno onde está sendo construído o Campus Arandu e pela contratação do projeto arquitetônico. A atual parceria entre a Itaipu e o MEC, possibilitou o acordo de cooperação pactuado em 2024 com o UNOPS, organismo das Nações Unidas (ONU) especializado em projetos de infraestrutura, que tem como finalidade retomar e concluir o novo campus da UNILA.

As obras do Campus Arandu preveem a conclusão dos prédios do restaurante universitário, que foi adaptado para comportar também a biblioteca; da administração; das salas de aula; central de utilidades e galeria técnica; mais sistema viário e estacionamentos, que serão entregues de forma escalonada, entre 2026 e 2028.

Ombo’éva – Quem ensina

Edificação Nzeb vai abrigar laboratório para impressão 3D

Além da construção do novo campus, há outros investimentos em infraestrutura que geram benefícios acadêmicos, mas também benefícios que extrapolam os muros da Universidade. Um exemplo é a construção do Ombo’éva: Green Smart Building – uma edificação no conceito Nearly Zero Energy Building (ou Nzeb “construções com energia quase nula”, em tradução livre). A parceria para a obra foi firmada em dezembro do ano passado entre a UNILA, a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) e a Fundação Stemmer para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (FEESC), quando foi assinado um termo de cooperação técnica.

Neste projeto, estão sendo investidos mais de R$ 1,94 milhão. Os recursos são provenientes da ENBPar (R$ 994.622,72) e da UNILA (R$ 947.222,74). O Ombo’éva, um prédio de, aproximadamente, 150 metros quadrados que vai abrigar um laboratório para impressões 3D, está projetado para ser uma edificação sustentável e de alta eficiência energética, com geração distribuída associada, de fonte renovável e que alcança um balanço anual energético próximo a zero. O projeto do Ombo’éva (que em guarani quer dizer “Quem ensina”) foi desenvolvido por uma equipe de 13 pessoas, que inclui docentes e estudantes da UNILA e parceiros da iniciativa privada.

Segundo o Prefeito universitário, Ivan Dario Gomez Araujo, os projetos executivos estão sendo finalizados. “Como é uma obra especial, tem particularidades que demandam atenção”, diz ele. A licitação deve ocorrer em meados deste ano e Ivan Araujo espera que as obras sejam iniciadas no segundo semestre. O prédio será construído no Campus Integração.

As edificações Nzeb atraem visitantes de todo mundo interessados em conhecer soluções ambientais, o que se torna também um ativo acadêmico e turístico para a UNILA e para a cidade. Após finalizada, a edificação deverá ser aberta à visitação por, pelo menos, dois anos consecutivos. Além das visitas, estão previstas palestras, cursos, treinamentos e seminários para demonstração e disseminação das técnicas e tecnologias presentes na edificação.

Moradia Intercultural Estudantil

A construção de uma moradia estudantil é outro exemplo da ampliação da infraestrutura da UNILA, que deve receber R$ 10 milhões – recursos do programa Novo PAC, do Governo Federal. O projeto foi encaminhado ao Conselho Universitário (CONSUN) para aprovação. “Toda ampliação de patrimônio deve passar pelo CONSUN”, explica Ivan Araújo.

A moradia estudantil será construída no Campus Integração

A moradia deverá atender cerca de 120 estudantes, com espaço total previsto de 2.900 metros quadrados, e será edificada no Campus Integração, onde já existem dois blocos de aulas e o alojamento estudantil. O edital de licitação deve ser publicado em meados deste ano. “Esse projeto teve início do zero. O projeto arquitetônico está pronto e vai ao CONSUN e estamos iniciando os projetos complementares [hidráulico, elétrico].”

A moradia prevê o acolhimento de estudantes que são o público alvo das políticas e ações afirmativas da universidade, com casas que permitem estadias mais prolongadas e com uma estrutura mais completa, incluindo espaços de convivência. A moradia busca atender os grupos sociais mais vulneráveis, promovendo um ambiente inclusivo e intercultural. Ivan Araujo ressalta que no centro de convivência serão alocados “espaços adequados para atividades culturais”, de modo a propiciar a prática intercultural na convivência cotidiana.

Restaurante e cantinas

Outra frente de expansão da infraestrutura da UNILA está na abertura do restaurante universitário e de cantina, na unidade Jardim Universitário, e de cantina no Campus Integração. O objetivo é garantir uma alimentação balanceada e de qualidade para estudantes, servidores, terceirizados e visitantes da Universidade. Para garantir espaços mais adequados de alimentação, foram realizadas adequações e pequenas reformas nos locais que abrigam essas estruturas.

Restaurante no JU: espaços adequados para alimentação

A comunidade acadêmica agora tem à disposição café da manhã, almoço e jantar. Diariamente, estão sendo servidos, em média, 150 cafés da manhã e 1.500 almoços e jantares, com a maior demanda no Jardim Universitário, que tem restaurante e cantina integrados.

*Texto originalmente publicado no site da UNILA.

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