Retrospectiva 2025 mostra os principais avanços da retomada das obras do Campus Arandu

Canteiro de obras da retomada do novo Campus Arandu da UNILA. Foto: Consórcio Nerkpe

O ano de 2025 se consolidou como um importante marco para as obras do Campus Arandu da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). A retomada foi viabilizada por meio de um acordo de cooperação internacional entre a Itaipu Binacional e o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), organismo das Nações Unidas especializado em infraestrutura, compras e gestão de projetos.

Mais do que a retomada das obras, o período também foi marcado pelo fortalecimento das parcerias institucionais e pela renovação do significado do novo campus como projeto estratégico para a universidade e para a região.

Consolidação da retomada das obras

O principal marco alcançado neste ano foi a consolidação da retomada das obras, com finalização dos editais de contratação dos consórcios responsáveis pela fiscalização e conclusão das obras, a organização do canteiro e a mobilização das frentes de trabalho. Em junho, o Ministro da Educação, Camilo Santana, esteve em Foz do Iguaçu para o lançamento da pedra fundamental do projeto, que também contou com a participação do diretor-geral da Itaipu, Enio Verri; da reitora da UNILA, Diana Araujo Pereira; e do representante do UNOPS, Fernando Barbieri.

Andamento das obras do novo Campus Arandu. Foto: Consórcio Nerkpe

Após mais de uma década parada, a retomada da obra exigiu alinhamento entre os parceiros envolvidos para estabelecer rotinas de acompanhamento, cronogramas executivos e fluxos de decisão, criando as bases necessárias para a evolução do cronograma de conclusão do campus e sua conclusão em 2027.

Também foram executadas etapas fundamentai da obras, incluindo a concretagem do restante das estruturas, fundações para marquises e passarelas, serviços de alvenaria, início do novo sistema viário, entre outras frentes. Esses avanços transformaram a paisagem do canteiro, sendo que as obras encerram o ano com avanços além do previsto.

Integração e aproximação com a sociedade

Além da retomada das obras, o Campus Arandu também avançou na sua dimensão social com a criação do programa de visitação às obras, ampliando o acesso de estudantes, comunidade acadêmica e parceiros ao canteiro. O objetivo da inauguração foi proporcionar a oportunidade de conhecer de perto o andamento das obras, o papel de cada instituição envolvida, e entender como o projeto se conecta com o desenvolvimento regional e a integração latino-americana, princípios que norteiam a missão da UNILA.

Programa de visitação às obras do novo campus já recebeu mais de 100 visitantes só em 2025. Foto: Pauline Madureira/UNOPS

Ao longo do ano, também foram realizadas escutas de gênero, diversidade e inclusão (GDI) para apresentar o plano de ações e debater possíveis pontos de atenção para aprimorar as ações de GDI na execução das obras, garantindo que o novo campus seja um espaço mais inclusivo e acessível para todas as pessoas. Para o UNOPS, a perspectiva de GDI no projeto é fundamental para que o novo campus corresponda à vocação de integração dos povos latino-americanos em toda sua diversidade, social, cultural e linguística.

Outra iniciativa também foi a incorporação de atividades de extensão e atuação de 10 bolsistas no canteiro de obras, responsáveis pelo desenvolvimento de projetos que aproximam a infraestrutura da vivência acadêmica. Cada projeto possui um docente como coordenador e dois discentes bolsistas de extensão, e precisa ser desenvolvido ao longo de um ano, além de promover práticas inovadoras e inclusivas.

Além disso, o UNOPS participou de diversas atividades acadêmicas promovidas pela UNILA, incluindo a participação da Mostra de Cursos da 7ª Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE). No espaço dedicado ao Campus Arandu, os visitantes tiveram acesso a uma experiência imersiva de visualização em 360º com óculos de realidade virtual da maquete 3D do novo campus, participaram de gincanas interativas e conheceram mais sobre os cinco projetos de extensão.

Atividades do estande do Campus Arandu na Mostra de Cursos da 7ª SIEPE. Foto: Aline Czezacki/UNOPS.

Em dezembro, o canteiro de obras do Campus Arandu também iniciou uma importante ação de inclusão social, com um grupo de 12 custodiados, que participam do programa promovido pela Polícia Penal do Estado do Paraná (PPPR), oficialmente integrado à equipe de trabalho do projeto. A ação atende à recomendação do UNOPS de que 15% da força de trabalho contratada pelo Consórcio MPD e Ankara UNILA, formado pelas duas empresas responsáveis pela obra, seja composta por grupos prioritários. Para garantir um ambiente plural e representativo, essa porcentagem engloba uma ampla diversidade de perfis como mulheres, jovens, refugiados, entre outros.

Compromissos com a sustentabilidade e segurança

O canteiro de obras do novo campus também se consolidou como um espaço de promoção de boas práticas em aspectos de segurança, saúde, social e ambiental (HSSE, na sigla em inglês). Na perspectiva ambiental, a retomada das obras do Campus Arandu foi acompanhada por um trabalho cuidadoso de proteção à biodiversidade local. Logo no primeiro mês, um esforço coletivo possibilitou o manejo de 81 animais de 25 espécies que habitavam ou transitavam pela área do campus, com predominância de répteis, aracnídeos e mamíferos, que juntos representaram cerca de 80% dos atendimentos. 

Equipe especializada acompanha as atividades de limpeza do terreno do novo Campus Arandu. Foto: Bruna Galindo/Consórcio MPD Ankara

A ação envolveu planejamento prévio, reconhecimento de campo, identificação de ninhos e tocas e mapeamento de pontos adequados para soltura dos animais. Toda a limpeza do terreno ocorreu sob supervisão de equipe especializada, com uso de técnicas e equipamentos apropriados, incluindo métodos de afugentamento sonoro, garantindo a segurança da fauna e demonstrando que é possível conciliar grandes obras de infraestrutura com o respeito ao meio ambiente.

O canteiro de obras também serviu de referência para a perspectiva de segurança de trabalho do UNOPS, com missões internacionais e visitas do chefe global de HSSE do UNOPS, Itai Mukuvari, do coordenador regional em HSSE do UNOPS para a América Latina e o Caribe, Ricardo Ahumada, e do chefe de Programa do UNOPS no Brasil, Nuno Paulo, que estiveram em Foz do Iguaçu para conhecer de perto o avanço dos trabalhos. Funcionários da obra também participaram de uma atividade inédita, o “Rali Regras de Ouro”, que reuniu trabalhadores e trabalhadoras de todas as áreas para uma dinâmica voltada ao reforço das normas de segurança do trabalho dentro da obra.

Rali “Regras de Ouro” reuniu trabalhadores e trabalhadoras do canteiro de obras. Foto: Pauline Madureira/UNOPS
Planejamento para uso e funcionamento do campus

A UNILA liderou, no segundo semestre de 2025, o início de uma série de escutas voltadas ao planejamento para uso futuro do campus. As discussões buscaram ouvir a comunidade e suas demandas no que refletem aspectos de operação, funcionamento e ocupação dos espaços, alinhando a infraestrutura às necessidades acadêmicas da universidade.

Esse processo reforçou a compreensão de que o Campus Arandu vai além da entrega física dos edifícios, sendo pensado como um ambiente para o fortalecimento do ensino, da pesquisa, da extensão e da convivência universitária.

Missões internacionais

Referência para o UNOPS, o projeto de retomada das obras do Campus Arandu também recebeu duas comitivas internacionais ao longo do ano. No primeiro semestre, especialistas da sede do UNOPS na Dinamarca, e do escritório regional no Panamá estiveram em Foz do Iguaçu para conhecer mais sobre questões de gestão e segurança no projeto. Durante os dois dias de agenda, foram realizadas reuniões técnicas voltadas à identificação de oportunidades para aumentar a eficiência na gestão do projeto e reduzir possíveis gargalos, alinhadas a melhores práticas internacionais de transparência e sustentabilidade. Também foi realizada uma reunião institucional entre o UNOPS e seus parceiros estratégicos na execução do projeto, a UNILA e a Itaipu Binacional.

Reunião com comitiva internacional no Centro Executivo da Itaipu Binacional em Foz do Iguaçu. Foto: Aline Czezacki/UNOPS

Em dezembro, a diretora regional para a América Latina e o Caribe do UNOPS, Dalila Gonçalves, esteve no em Foz do Iguaçu em sua primeira visita ao Brasil para visitar o canteiro das obras e se reunir com parceiros, como a reitora da UNILA, Diana Araujo Pereira. Na ocasião, ela destacou a importância da infraestrutura como uma forma de facilitar o acesso à educação e ao desenvolvimento.

Diretora regional para a América Latina e o Caribe do UNOPS, Dalila Gonçalves, em Foz do Iguaçu. Foto: William Brisida/Itaipu Binacional
Um campus que volta a fazer parte do futuro da UNILA

O ano de 2025 marca, portanto, mais do que avanços pontuais: representa um novo marco de consolidação do Campus Arandu como um instrumento de fortalecimento da missão da UNILA. Com as obras em andamento, planejamento integrado, parcerias institucionais fortalecidas e iniciativas sociais e ambientais, o campus volta a ser pensado como um elemento estruturante para a expansão da universidade, o fortalecimento da integração latino-americana e o desenvolvimento regional.

Os próximos anos darão continuidade a esse processo, com novas etapas de obra, entregas graduais e a expectativa de ver o Campus Arandu finalizado e servindo a uma educação pública e gratuita de qualidade.

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